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dez

Reconhecimento facial: saiba mais sobre a tecnologia do futuro

Se há alguns anos o reconhecimento facial parecia coisa de filme de ficção científica, hoje já podemos tê-la dentro de nossos smartphones. É uma realidade. Se por um lado representa grande avanço tecnológico, de outro é motivo de preocupação em termos de segurança e privacidade. No entanto, antes de julgá-la como boa ou ruim, é preciso saber mais acerca do funcionamento do reconhecimento facial, bem como seus prós e contras. Confira a seguir.

O reconhecimento facial é uma tecnologia baseada em inteligência artificial, capaz de reconhecer rostos humanos com incrível precisão. Para isso são utilizados critérios como distância entre os olhos, comprimento da mandíbula, profundidade das órbitas oculares. Além do formato do mento (queixo), altura das sobrancelhas, entre outros.

Trata-se de um mercado em rápida ascensão. De acordo com a ResearchAndMarkets.com, o mercado de reconhecimento facial se aproximará de US$ 52 bilhões até 2023. Assim como toda tecnologia há todo um processo até a sua popularização. Mas no caso do reconhecimento facial não demorará muito até que ela esteja presente em vários espaços do cotidiano. 

Muito além do desbloqueio de smartphones

Apesar de ter se tornado mais conhecida ao ser empregada no desbloqueio de smartphones modernos, este não é o único benefício obtido com o reconhecimento facial.

Um de seus grandes destaques é a segurança. Isso porque, com o auxílio desta tecnologia, é possível identificar criminosos com maior rapidez e precisão apenas com o exame minucioso das feições. Esta aplicação pode ser fundamental em nível governamental e já ajudou a solucionar casos importantes ao redor do mundo.

Já para o uso pessoal, o reconhecimento facial pode ser uma excelente ferramenta ao evitar a invasão em dispositivos eletrônicos e o roubo de dados sensíveis. Na era da Revolução Digital, os dados são o patrimônio mais valioso de qualquer indivíduo. É uma moeda de troca. 

Assim, com o uso dessa tecnologia, é possível elevar significativamente a segurança patrimonial. Basta carregar as fotos dos possíveis visitantes de sua casa para que o sistema te comunique quem está à porta.

Além disso, trata-se de uma tecnologia extremamente rápida: o reconhecimento facial leva poucos segundos para acontecer e é incrivelmente preciso. Em suma, os passos para que isso ocorra são:

  • Detecção do rosto;
  • Análise do rosto;
  • Conversão em dados;
  • Localização de correspondência.

Usos para o reconhecimento facial 

Com essas etapas simples, mas eficientes, o reconhecimento facial também pode ser empregado na organização de grandes eventos tornando-os mais eficientes e seguros.

Um exemplo disso poderá ser visto na próxima edição das Olimpíadas. Em uma parceria entre a Intel e a japonesa NEC, o sistema será empregado nas Olimpíadas de Tokyo, facilitando o reconhecimento dos mais de 300 mil colaboradores e participantes do evento. Segundo eles, o objetivo é evitar fraudes, diminuir a dependência de crachás e evitar a formação de longas filas. O que traz benefícios até ambientais, reduzindo a quantidade de material físico utilizado nos crachás, por exemplo.

Por outro lado, existem preocupações sobre a tecnologia que surgem como um obstáculo, colocando sua eficácia em questionamento.

O lado negativo do reconhecimento facial

Dentre as várias discussões que circundam o tema, uma das mais polêmicas é a violação de privacidade. Para que governos possam aplicar o reconhecimento facial, por exemplo, é necessário o armazenamento e monitoramento de rostos de diversos cidadãos comuns sem seu consentimento, o que pode configurar a violação de questões éticas.

Algo semelhante ocorreu recentemente na China. Apesar da tecnologia ser amplamente utilizada em locais como escolas, aeroportos, lojas, vias públicas e parques turísticos, a questão ainda gera polêmica no país. O utilização da tecnologia em parques turísticos, por exemplo, resultou no primeiro processo por uso de reconhecimento facial no país. Isso porque um acadêmico, frequentador assíduo de um parque safári de Hangzhou, sentiu sua privacidade violada quando o espaço exigiu a digitalização de seus rostos aos visitantes.

Outro ponto é que, apesar de muito assertiva, a tecnologia de reconhecimento facial está sujeita a erros. Estes podem ocorrer por questões simples, como o ângulo da câmera, ou uma mudança de aparência.

Aliás, os erros foram alvo de discussão na Europa, onde um teste realizado pela Universidade de Essex apurou que de 42 pessoas sinalizadas pelo reconhecimento facial, 22 foram detidas e apenas oito eram, de fato, procuradas pela justiça. Uma margem de erro grande e inaceitável, que reforça a necessidade de aprimoramento da tecnologia e de seu uso. Segundo eles, o problema poderia ser resolvido com uma checagem de dados eficiente antes da abordagem policial.

O Brasil não fica de fora das polêmicas acerca do reconhecimento digital. Recentemente, durante a 15ª ExpoCristã, foi apresentada uma solução para igrejas com base na tecnologia, capaz de verificar as emoções e a assiduidade dos fiéis, gerando, inclusive, relatórios para a tomada de providências. A novidade gera debates a respeito da privacidade e da LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais).

Responsabilidade é o segredo

Assim como toda tecnologia, é preciso responsabilidade para lidar com o novo. O reconhecimento facial representa um avanço significativo e importante em diversos aspectos. Mas, para que sejam colhidos seus benefícios a ética deve ser um dos pilares principais de sua utilização.

Por isso, antes de julgá-la, ou deixar-se levar por notícias alarmantes acerca de suas falhas, é importante fazer análises profundas. A tecnologia de reconhecimento facial pode, sim, ser muito benéfica, desde que utilizada com parcimônia e com os devidos cuidados que um terreno ainda desconhecido exigem. 

 

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